O tão falado ESG, ou ASG em português, refere-se à forma de gerir as operações de uma empresa, tomando decisões que impactem o menos possível tanto o meio ambiente quanto a sociedade, contemplando os aspectos Ambientais, Sociais, e de Governança. Em suma, os critérios ESG consideram como uma empresa gerencia seu impacto ambiental, trata seus funcionários e partes interessadas e se é transparente e responsável em suas operações.
A relevância do ESG no mercado global cresceu significativamente nos últimos anos, à medida que consumidores, investidores e corporações reconhecem a importância de práticas de negócios sustentáveis e responsáveis. Isso levou a uma demanda crescente por produtos e serviços que atendam aos padrões ESG, bem como a um interesse crescente em investir em empresas que priorizam as boas práticas.
No mercado de ações, o ESG tornou-se um fator significativo nas decisões de investimento, pois os investidores buscam cada vez mais empresas que não só priorizam o desempenho financeiro, mas também se atentam para os potenciais impactos ambientais e sociais – que resultam em grandes riscos ao negócio.
À medida que a conscientização sobre ESG continua crescendo, é provável que sua relevância no mercado de ações continue aumentando, com investidores e consumidores cada vez mais buscando empresas comprometidas com a melhoria contínua de práticas sustentáveis e responsáveis. Não se trata de busca da perfeição, nem de mocinhos ou bandidos, mas sim da procura por inovações para os desafios ambientais e sociais, tendo como grande foco a urgência climática, a pressão sobre os recursos naturais e a geração de resíduos.
No contexto do Agro, o ESG remete à preservação e a redução do impacto ambiental e social das práticas agropecuárias. Isso inclui diversos fatores que permeiam as boas práticas, como uso racional de recursos hídricos, conservação do solo, bem-estar animal e boas condições de trabalho. Ao aplicar os princípios ESG em suas operações, empresas do Agro podem garantir que estão operando de maneira sustentável e responsável, tanto para o meio ambiente quanto para seus stakeholders e shareholders.
Estudos têm mostrado que práticas agrícolas sustentáveis podem trazer muitos benefícios tanto para o produtor quanto para o meio ambiente, demonstrando os benefícios tangíveis da aplicação dos princípios ESG na agropecuária. De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – 2022), a pecuária contribui com 40% do valor global da produção agrícola e sustenta os meios de subsistência e a segurança alimentar e nutricional de quase 1,3 bilhão de pessoas. Ao mesmo tempo, como em todos os setores da economia, há um amplo escopo para melhorar as práticas do setor pecuário para que sejam mais sustentáveis, mais equitativas e apresentem menos riscos à saúde animal e humana.
As transformações que acompanham o crescimento são uma oportunidade para levar o setor pecuário a um desenvolvimento mais sustentável e uma melhor contribuição para a alimentação humana (Banco Mundial, 2022).
A adoção de práticas ESG na agricultura pode ser benéfica tanto para o produtor quanto para o meio ambiente. Para os produtores, ESG pode levar a maior eficiência e economia de recursos, menores custos, melhor acesso ao capital e melhor reputação entre os consumidores. Além disso, ao adotar práticas sustentáveis, os produtores podem melhorar e manter a saúde de suas terras em longo prazo, garantindo que elas permaneçam produtivas para as gerações futuras.
Para o meio ambiente, o ESG na agricultura pode ajudar a reduzir, por exemplo, o uso de água e de agroquímicos, e a melhorar o uso e conservação do solo, protegendo os ecossistemas locais e a biodiversidade. Além disso, ao implementar práticas responsáveis e sustentáveis, a agricultura pode ajudar a mitigar os efeitos adversos das mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Em suma, a adoção de práticas ESG na agricultura é uma situação em que todos saem ganhando, melhorando tanto a economia da agricultura quanto a saúde do planeta.
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